Desde 1978 o carneiro guisado do Duda é o tal, não perde a majestade, sempre primoroso e cada vez melhor. Carne macia, desfiando fácil do osso, molho espesso, batatas inglesas e tempero nordestino preparado pela Marinaura Pimentel Ataíde de Oliveira, comandado a cozinha aos 77 anos como se fosse uma garota.
No carneiro, o segredo da Marinaura é a hortelã da folha grande e pimenta do reino, e a essência da carne. “Só trabalho com a parte do coxão”, reforça Duda. Para acompanhar feijão caseiro (sou fã) ou tropeiro, arroz e farofinha.
Na fachada do modesto empreendimento tem uma faixa: “aluga-se”. Fiquei preocupada com a perspectiva do fim do carneiro mais famoso da cidade; mas Duda disse logo: “Fechar nunca, meu sonho é retornar para o Centro, com um restaurante menor. Quero curtir os sábados à tarde e os domingos na minha casinha de praia em Barra de Santo Antônio” e confessa que agora só tem a terça-feira como dia de lazer para bebericar cerveja com sua amada.
Com 78 anos, bem vividos, ele nem reclama na idade, e faz pessoalmente as compras no Mercado Público, atento à tradicional qualidade dos produtos ali comercializados.
No restaurante do Duda tem feijoada, carne-de-sol, galinha, dobradinha e outros itens. A feijoada é o segundo item mais queridos da freguesia do restaurante. Também não deixe de provar os doces caseiros, aqueles de mãe, a exemplo das bananas em rodelas numa calda grossa.
História
Duda e Marinaura começaram no Centro de Maceió, na esquina Rua Cincinato Pinto com a Rua Augusta (a única com árvores frondosas em toda cidade), no térreo de um prédio de três andares no qual se abrigava a famosa pensão familiar Mona Lisa. Desde o início, servia a culinária regional, como caldinho de mocotó, buchada e sarapatel.
“Quando a gente chegou, os nossos vizinhos eram policiais do primeiro distrito, e teve gente que nos avisou: ‘Vocês não vão dar certo, ninguém paga’. Mas era só fofoca, todos sempre pagaram religiosamente as despesas e são meus clientes e amigos até hoje”, recorda Duda. Assim, lá se vão 37 anos entre o endereço do Centro e o da Jatiúca.
Seu Duda já fez de tudo, foi vendedor de miudezas na rua, operário e ajudante de fotógrafo no governo de Silvestre Péricles, aposentando-se como comerciário. Já dona Marinaura trabalhou como enfermeira; juntos, comercializaram no mercadão central. Eles resolveram investir no bar quando a banca do mercado, onde vendiam cereais, não deu mais certo.
“O nosso único bem era um carro Brasília, que vendemos para abrir o bar. O bar é o meu negócio, e os nossos dois filhos já estão formados. Não tenho do que reclamar, só recebo elogios da nossa comida”, diz o boa praça Duda.
O bar do Duda no Centro recebia clientes de todos os perfis, direita e esquerda, advogados, médicos e foi reduto predileto dos jornalistas dos extintos Jornal de Alagoas e Jornal de Hoje.
Rota RESTAURANTE DO DUDA
Preço do prato comercial – R$ 12,00/ Carneiro pequeno – R$44,00 (come bem duas pessoas)
R José Luiz Calazans 177 – Jatiuca – (Próximo ao hotel Marinas) – Telefone: (82) 3231-0877
Funciona de quarta a segunda, das 10 até 22horas. Fecha na terça-feira
Aceita cartão
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1 comentário
Roberto de Almerida Nobre
9 anos Atrás
Quando for a Paripueira vá ao Piratas de Paris e procuro o Rodrigo, ele é mau amigo e tem uns bons tira gosto.
vou sim, fui recentemente, mas deu pra conhecer, está nos meus planos