Na cozinha brasileira, o tradicional feijão com arroz nunca sai de moda, quanto mais tradicional melhor, e se tiver aquele bife, purê de batata feito com manteiga e um pouco de leite, é mais que perfeito. O prato acima é o resultado do trabalho do chef Thiago Falcão, criado dentro do restaurante Mestre Cuca, de propriedade de seus pais. Formando pela Mauricio de Nassau, o alagoano divide seu tempo entre o empreendimento familiar e as consultorias sobre cardápio para a gestão de restaurantes.
Quando eu encontrei um tempo para provar os sabores do Mestre Cuca, gostei da proposta da gastronomia regional preparada com esmero pela equipe do chef. O restaurante, com sistema de peso, funciona em dois endereços para almoço e jantar: na Ponta Verde, e só para almoço na casa da Indústria, no Farol.
O feijão com arroz e bife acebolado é um clássico do Mestre Cuca, com evidência para o feijão à base de legumes e linguiça É um pecado, é de se pedir bis. O bife no sal é uma simplicidade que encanta nosso paladar. Mas siga o que o restaurante tem de bom.
Sem culpa – Quem deseja começar a segunda-feira pedindo perdão pela gualdisse do final de semana, o restaurante tem a proposta de salada. Tanto no Farol como na Ponta Verde, o comensal escolhe os ingredientes e o tipo de molho. Eu apostei no tomate seco, batatas inglesas, cenoura e beterraba ralada. Para finalizar, o molho pesto (manjericão e azeite). O legal é que a salada é preparada na cozinha, e assim o molho tempera todas as folhas de alfaces.
Tradição – Nas sextas-feiras tem feijoada em cumbucas no Mestre Cuca do Farol e na Ponta Verde nos dias de sábados. A iguaria é tradicional e com ovo estrelado para quem aprecia.
Café regional – No Mestre Cuca da Ponta Verde tem o café farto com sopas, cuscuz, pães, pizza de macaxeira, inhame, batata doce, carnes guisadas… Também fiz uma seleção de gostosuras para o jantar bem nordestino.
Sem cominho – Na cozinha do Mestre Cuca, o tempero básico é tomate, pimentão, cebola, alho, sal e não se usa cominho. A galinha guisada é nota 10, com direito a graxa com pouquíssima gordura e pedaços de quiabos. Para acompanhar, o cuscuz de massa puba é nota 10.
Gostoso – O carneiro guisado é de primeira linha, com molho espesso com o tempero básico do Mestre Cuca. Combina com tudo. Eu provei a carne na companhia do cuscuz de arroz (ou de milho,) receita similar do cuscuz do seu Biu (Jaraguá).
Sopas – A de ganja é maravilhosa, ela é um caldo grosso com arroz (tipo uma massa) batatas (trituradas com o caldo) e frango desfiado. Perfeita. Uma tradição do Mestre Cuca é misturar dois tipos de sopa, e aprovei o casamento da canja com a de brócolis (ótima). Para acompanhar, mini pão francês.
Pão Recife – Fabricado pela própria cozinha do restaurante, é fofo e gostoso. Pode ser assado na chapa com manteiga.
Macaxeira – A raiz também é usada para fabricar a pizza, gostei, mas na receita tem um pouco de farinha de trigo.
Família – A diversão do chef Thiago era acompanhar os pais Edson Falcão (falecido) e Séfora Maria, no restaurante e assim ajudava nas tarefas pequenas. Sua paixão pela gastronomia começou cedo, pelos doces da vó Lea. No restaurante, duas funcionárias, dona Maria e Cida, ensinaram ao Thiago os segredos da cozinha regional. O aprendizado do dia a dia da cozinha à administração fez Thiago escolher o caminho certo, os cursos de gastronomia e administração, aliando sabor à gestão financeira, a receita de sucesso até em tempos de crise.
Mestre Cuca
Ponta Verde – Funciona todos os dias das 11h até as 15h/ Jantar das 17h até 2130
Preço almoço – 45,90/ Nos domingos e feriados- R$ 47,90/ jantar R$ 40,90
Rua Deputado José Lages, telefone: 3317.1970
No Farol – Casa da Indústria – Telefone: 82 2121-3075
R$ 44,90 (quilo) de segunda a sexta-feira
Aceita cartão
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14 comentários
Thiago Falcão
8 anos Atrás
Quero agradecer o carinho expresso em sua publicação. Tudo que esta escrito mostra nosso sentimento e tradição de mais de 20 anos no ramo de restaurantes. Meu pai ficaria muito orgulhoso em ver seu sonho(vivido), se fortalecer com o passar dos anos sem mudar a característica principal: A comida caseira, feita de forma digna e com carinho a cada cliente.
Grande bj
tania
8 anos Atrás
Gosto muito do Mestre Cuca…..cardápio variado para todos os gostos!
Monalisa Cristina
8 anos Atrás
Ai Neide, já disse q o PESTO é feito com o basílico e pinoli. Qualquer coisa feita com manjericão e castanha pode ser tudo menos pesto, é invenção de brasileiro. É preciso respeitar a tradição alheia.
Thiago Falcão
8 anos Atrás
Cara Monalisa, quem passou o prato e descrição foi eu. Sou o proprietário do restaurante do post. Lhe asseguro que o objetivo não foi desrespeitar a tradição de ninguém. No entanto o que está vendo é algo que vem acontecendo a anos em todo mundo. Em décadas passadas quando franceses, italianos e portugueses (assim como de outras nacionalidades ) vinheram ao Brasil trabalhar e trazer sua rica cultura. Aconteceu de verem a falta de matéria prima original de suas receitas. Com isso se iniciou naquela época o uso de ingredientes nacionais em receitas estrangeiras. Hoje por vários motivos como: altos custo de produtos importados e valorização de produtos regionais , utilizamos essas receitas adaptadas a produtos locais. No caso do pesto pode encontrar várias as derivações como: amendoim e castanha ou coentro, salvia ou agrião e até mesmo o parmesão. Tenho o maior respeito pelas receitas originais, assim como sua cultura de origem. Agradeço seu comentário e estou a disposição a qualquer esclarecimento.
graziano
8 anos Atrás
bravo Thiago . E sul pesto alla genovese non credo sia un prodotto registrato o brevettato . Ad esempio il pesto a Modena è lardo con le spezie e si mette sulle tigelle . in Brasile lo fanno con gli anacardi ed è buono lo stesso . pesto e chiudo 🙂
Noel Diego
8 anos Atrás
Apesar de a descrição dos pratos provocar a curiosidade e certamente valer uma visita, as fotos deixaram um pouco a desejar e não são tão interessantes quanto o texto. Mesmo assim, mantenho meu interesse e em breve visitarei.
Nide Lins
8 anos Atrás
AUTORNoel, realmente não só fotografa, sou amadora, mas ainda bem que vc gostou do texto. Vá lá Provar. abraços
carla maria
8 anos Atrás
Parabéns Thiago Falcão ☕vc merece tifo o reconhecimento.
Ely Freire
8 anos Atrás
Adoro a culinária do Mestre Cuca, sabor de comudinha que só a Mamãe faz. Parabéns Cheff, mantenha a tradição e o sabor da comida Nordestina
Maria
8 anos Atrás
Nide, esse cuscuz é maravilhoso, o fornecedor é uma simpatia, simples e humilde que vende o cuscuz numa bicicleta.
Ah, a culinária do Mestre é maravilhosa e a sopa de brócolis, nem se fala!
Claudia Nemec Barreto
8 anos Atrás
Cozinhar é uma arte. Usamos nossa imaginação com talento e ingredientes de cada região: alho, cebola, páprica, coentro, cravo, canela, curry… são tantos temperos por esse mundo a fora! Mas com certeza o Mestre Cuca sabe utilizar todos com muita delicadeza. Saudade dessa nossa perfeita comida NORDESTINA!
Rafael Almeida
8 anos Atrás
Restaurante bom e graças a deus sem frescura. Atualmente novos chefes só querem inventar em ingredientes que muitas vezes não combinam e a apresentação bonita em comida que nao vale nada.
A Monalisa poderia ter ficado calada pra não passar vergonha, pois pesto é um modo de se fazer um melhor triturado. O pesto genovese é feito com manjericão e pinoli, mas na Itália existem inúmeros pratos famosos, alguns também com denominação de alguma cidade. O pesto de abobrinha, zucchine, é quase tão utilizado quanto o genovês, há pesto a base de tomate seco e por aí vai…os próprios cozinheiros de lá usam nozes variadas.
O pinolli que é uma castanha como outra qualquer é artigo difícil de achar e caríssimo, passa de 100 reais.
Veríssimo o chef
Nide Lins
8 anos Atrás
AUTORMuito Grata Rafael, Thiago e Graziano pela bela aula sobre a gastronomia. abraços
Rafael
8 anos Atrás
Algumas palavras que escrevi saíram “corrigidas” pelo corretor do celular que não aceita palavras estrangeiras e não vi que tinham mudado.
Complementando, primeiro de tudo o tal basílico citado pela monalisa é o mesmo manjericão, apenas tradução. O manjericão usado lá é chamado de manjericão italiano aqui no brasil, tem folhas maiores, sabor mais intenso, difere um pouco do mais comum que é o manjericão anão, que além de tudo dá um belo trabalho pra fazer o pesto despenicando (rsrsrs).
Como sou um apaixonado pela cozinha italiana fui atrás até da receita do pesto genovês que pra ser caracterizado assim segue algumas regras como usar o manjericão apenas daquela região, bem como o azeite, mas, até mesmo nessa receita de origem, é aceita a utilização de nozes e avelã.
Como exemplo de outros pestos famosos tamo o pesto alla siciliana e o pesto alla trapanese.
Pesto vem do verbo pestare, que significa moer, mas pra esses chatos de internet eu mandaria apenas pastar (kkkkk).