O peixe serra sai do barco direto para a cozinha mediterrânea e regional da Pousada Ninanoa, que beija a praia de Porto de Pedras. Lá o peixinho cor de prata é bem tratado, e cortado em cubos para ser adicionado na frigideira larga, dando o toque alagoano à paella valenciana, tradição da Espanha. E como toda boa gastronomia é aquela que se molda a cultura local, claro, sem perder sua essência e seu modo de fazer.
Quem trouxe a paella valenciana para a cidade de Porto de Pedras foi o espanhol e ex-jogador de basquete, David Gárcia, que ao lado da sua amada, a paulista Dara Diniz, ex-jogadora da seleção brasileira de handebol, escolheram viver e empreender bem pertinho do mar, com o pequeno e sorridente Noah, filho do casal.
“Não sou chef, mas desde menino aprecio cozinhar e aprendi a preparar a paella, o elo saboroso da família”, conta David, que passou o saber e fazer da tradição espanhola para o chef alagoano de Porto de Pedras, Lucas Oliveira, um menino talentoso do mar.
Quando a paella chega lindamente à mesa, no tom alaranjado forte, o arroz (agulhinha, o brasileiro) é bem enxuto, encorpado no caldo de peixe, e vem misturado com páprica doce defumada, pimentões vermelhos, lula, camarões e peixe serra. O tipo do peixe depende da pesca do dia, podendo mudar para cavala ou robalo.
Detalhe: o garçom e artista plástico, Johnny Willi, antes de servir, explica a origem da paella. Em seguida inicia o ritual, misturando os ingredientes na frigideira para mostrar que o arroz fica grudado no fundo da panela. Essa é uma das tradições da iguaria, saborear o grão meio tostado guardando o sabor e segredo da paella valenciana. Como se diz: é de raspar o tacho. Ou melhor, a frigideira. Ah, se não tiver grão colado no fundo da panela, chame o chef.
Do mar: A nossa tainha, simples e gostosa, é outra beldade da pousada. Por sinal, numa receita bem alagoana: são dois filés bem temperados no azeite com tomates, escoltados por purê inhame e arroz vermelho (divino). Lucas Oliveira, assina o prato, ele bom na cozinha.
Amor: O sorvete de doce de leite é delicado, sublime ao paladar. Confesso que arrematou meu coração. Não conheci até agora outro melhor. A criação é da dupla Lucas e David, e o sorvete veludado é agraciado com cocada de forno.
A Pousada: Ninanoa não ostenta luxo, mas é uma elegante pousada pés na areia. São apenas três unidades, todas olhando para o mar. A arquitetura mediterrânea preza pela leveza, cores brancas e neutras, talvez para não ofuscar a obra prima do mar com os barquinhos e coqueirais.
No céu: Para quem gosta de aventura, o jogador de basquete ama passear pelo céu num voo panorâmico em paramotor. De lá de cima se vê as piscinas naturais, o Rio Manguaba, o Farol de Porto de Pedras, além das praias vizinhas como a famosa Praia do Patacho. Eu não testei o paramotor, porque sou pés no chão. Mas este passeio é para qualquer turista que se habilite a ver Porto de Pedras lá do alto.
Declarações: Ninanoa é para casais. Lugar ideal, para revelar milhões de “Te amo”, tomar o café da manhã saboreando a nossa tapioca e o pãozinho (receita francesa) super macio, produção da cozinha da pousada, e se fartar nas geleias caseiras, como a de manga, o docinho matinal que desperta.
Rota Ninanoa
Preço da Paella R$ 140 com camarão/R$ 170,00 (com lagosta) para duas pessoas/ Aceita-se cartão. Restaurante aberto ao público (almoço e jantar) com reserva
Preço da diária para casal com café da manhã: a partir de R$550,00 (baixa temporada)/ Não tem piscina
Avenida José de Moraes Neto 115, Porto de Pedras – AL-/ Reservas: (82) 99387 8383
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