Gente da Feirinha da Jatiúca

Quando vou à feirinha da Jatiúca, corro logo para comprar amendoim quentinho, feito na hora pela alagoana de Palmeira dos Índios, Fátima Pereira, conhecida como Galega. Eu frequento a feirinha do bairro desde 2011, por indicação de Tatalia Nogueira que me mostrou onde comprar rúculas frescas na Barraca da Economia, de Micilene Ferreira. E, assim, eu também conheci Benedita da Silva, que vende pescados. São três distintas mulheres que representam o universo das feiras de bairro.

Uma das características das feirinhas nos bairros é que todo freguês vira amigo, e cada cliente tem seu feirante querido, lá todo mundo se conhece pelo nome. Eu sempre faço na Jatiúca porque é mais próxima do meu doce lar, contudo existem outras distribuídas pela cidade, no Jacintinho, no Tabuleiro do Martins, a do Mercado da Produção, entre outras. E cada uma delas com punhado de histórias para contar. Dessa vez, vou dedicar minha postagem à Miceline, Galega e Benedita, que representam uma gama de mulheres empreendedoras.

Sempre brinco com Micilene, dizendo que ela é a dona da feirinha da Jatiúca. Nascida em Palmeira dos índios, sua trajetória de feirante começou na adolescência. Ela viajava em cima de um caminhão até Olho D’Agua das Flores para vender laranja e banana. Depois migrou para Maceió, e lá se vão 23 anos na Jatiúca.

Sempre alegre, além dela trabalham na barraca da Economia seu marido. Lá, é possível se fazer pedidos pelo zap e tudo chega em casa certinho, sem cobrança de taxa e aceita-se cartão. Na barraca tem de tudo, goma de tapioca, coco ralado, massapuba, legumes, verduras, folhas, frutas…. E no sábado tem produtos orgânicos, lembrando que na feira há um mercadinho para quem deseja comprar um pouco de tudo, feijão, arroz, açúcar, sal, farinha… Melhor dia de legumes e frutas novinhas de terça, quinta e sábado.

“Essa pimenta vermelha é malagueta, mas é doce, prove!”, diz a Galega, segui sua dica, realmente é um doce com leve ardor e, ao lado dela tem outro pé de pimenta roxinha, a qual ela adverte que “esta é fogo”. A alagoana é conhecedora das pimentas, flores e raízes, porém o amendoim manda no recinto, são cerca de 10kg do grão por dia, e se a gente chegar tarde corre o risco de não encontrar um para comer.

O amendoim é cozido na água e sal e quando o fogão de carvão chega ao fim, é porque já está bom. O segredo? Galega, diz que é amor, “Sempre fui feirante, comecei vendendo plantas e verduras, depois acrescentei o amendoim e povo gostou”.   Ela tem 5 filhos e 14 netos, entre eles o Mathues, auxílio luxuoso para a avó na barraca.

“Peixe bom para forno é a cioba e o robalo”, diz a experiente Benedita da Silva, da Barra de Santo Antônio. Todos os dias ela está na feirinha vendendo os pescados e essa rotina já dura 32 anos. Muito orgulhosa, Benedita conta que criou os quatro filhos como feirante e todos estudaram. Na sua barraca eu sempre compro peixe e camarões, mas tem polvo, lagostins, massunim, sururu, e, se precisar, ela prepara o filé dos peixes.

Bom, estas são as dicas da Feirinha da Jatiúca e, meu caro leitor, se você tem alguma dica de feirinhas, envia para mim. Porque as feirinhas não são apenas relações comerciais, lá tem amizade, o melhor tempero.

Rota Feirinha da Jatiúca

Rua Ernesto Gomes Maranhão – Jatiúca, por traz da Eletrobras

Funciona todos os dias 7h até as 17h/ Barraca da Economia (Micilene) 99626-0380/ Benedita (pescados) 98733.6316/

 

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