2018 está indo embora e resolvi publicar os textos mais acessados do meu blog como, por exemplo, o que fala sobre o Boteco do Urugua, que durante anos era privilégio dos moradores do bairro do Poço. Lembro que a primeira vez em que fui lá, César Piris, conhecido como “Campéon”, ficou desconfiado comigo, afinal, eu fazia tantas perguntas que, claro, era mesmo de se perguntar “quem é está mulher”?. Nessas minhas andanças pelo blog, muitas vezes, algumas pessoas acham que sou uma agente camuflada da Vigilância Sanitária.
Mas depois que comi a coxinha (coxão do Boteco do Urugua), tive a certeza que o local merecia entrar entre as dicas do blog. Alertei que ele deveria aumentar o número para 50 coxinhas, resultado: vendeu tudo, o lugar ficou pop, sempre lotado, ele teve que mudar de endereço, agora no bairro do Jaraguá, e ainda falta cadeira. Saiu da informalidade, virou Micro Empreendedor Individual, antes era César e sua amada Angélica, agora tem garçons e churrasqueiro. E as comidinhas continuam divinas.
Trajetória – César nasceu em Paysandú, interior do Uruguai, ainda criança mudou-se para Montevidéu. Terminou o segundo grau e começou a trabalhar. De tudo fez um pouco. Foi ajudante de cozinha num barco de pesca em alto mar e labutou em supermercado, padaria e por aí vai.
César era hippe e um viajante errante, e assim pela estrada, onde viajou a pé e de vez em quando pegava carona, chegou ao Brasil somando quatro anos de aventura por cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Sergipe. Mas quando chegou ao Recife, o calor danado pedia um mergulho no mar. A partir daí sua vida virou pelo avesso: roubaram todos os seus pertences e, sem lenço e sem documento, só restou viver na rua.
Decidiu tentar a sorte na capital alagoana, embora tenha sido alertado de que aqui era “terra de matador”. César não deu ouvido. Sem conhecer ninguém e sem documentos, trabalhou nas ruas da capital alagoana, lavando e tomando conta de carros por uns trocados. Até labutou por um prato de comida por dia numa loja de autopeças.
Graças a solidariedade em forma de sopa com tempero de amizade, doada pelos voluntários da Casa dos Espíritos, César encontrou uma oportunidade. Lá, ele conheceu Prazeres, que deu ao morador de rua a possibilidade de ser vendedor de confeitos. Daí, ele economizou e partiu para comercializar cachorro quente em uma bicicleta.
E foi no seu novo emprego de vendedor de suco e sanduíches que conheceu sua amada Angélica. Juntos fundaram o Boteco do Urugua, que atualmente saiu da informalidade e virou Empreendedor Individual. Ambos são inspiração para todos nós.
Rota Boteco do Urugua
Preços a partir de R$ 2,00 até R$ 15,00/ Coxinha e Pastel – R$ 4,00/ Churrasquinho a partir de R$ 3,50 – Aceita-se cartões
Rua Melo Póvoas, 165, Jaraguá/ Depois do Centro de Convenções (sentido Jaraguá/ Pajuçara)/ Funciona de segunda à sexta, das 16 horas até a meia noite/ Telefone:82 99153.8337
Visits: 1
alagoasbom custo beneficiobotecoCerveja artesanalJaraguámaceio
1 comentário
Franciele
5 anos Atrás
Nide, graças a sua indicação meu esposo e eu fomos conhecer o Boteco do Urugua. Amamos os petiscos e a caipirinha.