Clementine! Pra começo de conversa, já adianto, amei o nome do novo espaço de café da manhã, com estilo brunch, porque equivale a almoço e se estende até as 14h. E, claro, adorei as comidinhas audaciosas da Chef Manu Barreiros que, sem medo de errar, se aventura na mistura de tradição e modernidade, como o iogurte natural, o bolo de vó, e inusitada torrada com abacate, tomate cereja confit, lâminas de rabanete, ricota temperada e ovo de gema mole. Uma receita com pegada mexicana. Experimente, é bom. Na casa há a opção da torrada vegana. É só solicitar.
Segundo a chef Manu Barreiros, a palavra Clementine é escrita da mesma forma em Português, Francês e Inglês, e combina com o caminho que ela e suas sócias, Roberta e Bárbara de Queiroz, escolheram para oferecer: um café da manhã fugindo do trivial e com descobertas ao paladar.
Clementine, infelizmente, só abre aos domingos, das 9h até 14h, mas estou torcendo para ampliar os dias de funcionamento. O novo café da manhã está instalado no Bon Vin (casa de vinhos, cervejas e artes) que abre a noite. Bom, como falei, o lugar é um café distinto, então siga minhas dicas:
Natural – A canequinha de iogurte caseiro recebe geleia (delicada) de morango e mix de castanha bem picadinha. Sabor docinho, terno e sem acidez, já que o iogurte é sem aditivos químicos. Melhor iogurte que já comi.
Bom – Eu amo um sanduba de queijo. Mas esse é delicioso até no nome, com uma pegada hilária: Queijo quente maneiroso. Ele vem recheado com três queijos, rúcula (até por cima do pão), e chutney de tomate e pimenta dedo de moça (levemente picante).
Fofo – O sanduba de ragú de cordeiro no pão australiano vem com agrião e geleia de pimentão vermelho. Ele é mais substancioso e combina bem no horário do almoço. O pão é bem fofinho, e a carne molhada e macia.
Lembranças – Todo mundo tem um bolo para recordar a receita de vó, mãe e tia, e mesmo com toda a modernidade da Clementine, a tradição do bolo caseiro é encantadora ao paladar. Fofinho e polvilhado com açúcar. Para acompanhar as lembranças amorosas, café e nada mais.
Receita da felicidade – Manu Barreiros é uma graça, simpática, sorridente, e dedicada à cozinha. Antes, tentou ser jornalista, mas os sabores e aromas da infância mudaram o seu destino para as panelas, e assim começou a escrever sua própria reportagem na cozinha.
Ela foi professora de inglês em Maceió, e decidiu fazer morar uma temporada na Austrália, na cidade Melbourne, para estudar gastronomia, na Escola de Artes Culinárias e Turismo William Angliss Institute. “A cidade é cheia de estímulos alimentares, de referências asiáticas, um novo universo para mim. Todos são viciados em café e frequentam o clássico brunch aos domingos. Passei por uma linda imersão de novos sabores”, conta a alagoana.
Para Manu, a cozinha é uma paixão geral na família. “Somos descendentes de italianos, portanto, barulhentos e comilões”. A avó Thereza, a tia Léo, e o pai Francisco, são inspirações que a alagoana segue nas panelas. “Meu pai é um grande ousado na cozinha lá de casa, e foi observando-o que me interessei e aprendi. Mais velha, compreendi o valor de conhecer novos sabores. Assim lia livros de receita, pesquisava na internet e “maratonava” programas de culinária na televisão. Quando me dei conta passava muitas horas livres cozinhando e testando novas receitas”.
Manu, Roberta e Bárbara de Queiroz pensaram um formato de café que carinhosamente elas chamam “moderninho”. E Manu defende a iniciativa, já que por aí a fora a tendência é de brunchs com influências de diversas culturas. “Nessa refeição que faz às vezes de café da manhã e/ou almoço vale de tudo: comida clássica europeia, asiática, mexicana, peruana, saudável”.
A chef investe em técnicas diversas, sabores complexos ou simples e por vezes unindo-os, causando novas sensações. “Gostamos de pensar que de alguma maneira estamos trazendo algo novo à nossa amada cidade”, comentou Manu, novo talento do cenário da gastronomia alagoana.
Anos 60 – Arte e gastronomia também integram o cardápio do Bon Vin e Clementine com exposições temporárias. Até 6 de abril está em cartaz a exposição “Miscellaneous – A natureza das coisas” do artista plástico Diego Barros. São 18 telas retratando a realidade do nosso dia-a-dia, como os oceanos de plásticos.
Rota Clementine
Preços: de R$ 9,00 até R$ 28,00/ Aceita-se cartões
Funciona aos domingos das 9h até as 14h
R. Gen. João Saleiro Pitão, 1037 (referencia Praça do Skate) – Ponta Verde
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2 comentários
Nelson Lopes Alves Pinto
5 anos Atrás
Muito bom, aparência melhor possivel
Manuela Barreiros
5 anos Atrás
❤️❤️❤️❤️