Café para Virgínia

Quando entrar no charmoso Café do Porto, feche os olhos para voltar no tempo e sonhar com dona Virgínia Goes tocando piano. Eu tive prazer de conhecer esta saudosa alagoana, que deixou um legado saboroso de bolos, pasteis de massa folhada, sanduíche colorido de festa, empadinhas, e tantas outras receitas afetivas anotadas no caderno de mãe.

Quem herdou o talento da matriarca, foi a sexta filha da dona Virgínia (ela teve 10), a arquiteta e quituteira, Silvana Braga Góes. “Naquela época, a mulher fazia de tudo: cozinhava, costurava, cuidava dos filhos… Nos aniversários, ela fazia o bolo predileto de cada um, e tocava piano quando a gente acordava. Cada um tem sua música também”, lembra a filha.

No Café do Porto, as lembranças saborosas estão presentes em cada quadrado da casa antiga do Jaraguá, restaurada no projeto de Silvana e do irmão Paulo Goes. A escolha do bairro histórico se deu porque o patriarca da família trabalhou na exportação de açúcar.

O lugar, a história e as comidinhas cativam nosso coração. Siga minhas dicas:

Espetáculo: Pastel de camarão de massa folhada é muita fina e delicada, nunca comi nada igual. É daqueles que a gente come mais de um.

Vida: A receita da empada da dona Virginia é fina, delicada e desmancha no céu da boca. “Quando a situação apertava, a minha mãe fazia empada para vender e fazia maior sucesso”, lembra a filha.

Colorido: Nunca mais tinha comido o sanduíche colorido, antes, tão comum nas festas. Para minha sorte, na cafeteria tem a receita da Virgínia. São camadas de pão de forma com recheio de cenoura, pimentão, azeitonas e molho de tomate.

Resumindo, o Café do Porto é a melhor lembrança de comida afetiva de mãe, e os cafés são primorosos.

Rota Café do Porto

Preços a partir de R$ 4, 50 (pastel de massa folhada)/ Café R$ 4,50/ Bolinho R$6,90

Funciona de segunda a sexta das 8h até às 18h

Rua Dr. Rocha Cavalcanti, 49, Jaraguá (na lateral do cachorro quente do seu Moacir)

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