A graciosa Água Branca é famosa pelo sorvete de rapadura do Engenho de São Lourenço. Lá também tem o feijão de andu, conhecido como “ervilha de pobre” pela sua semelhança com o legume. Eu degustei este feijão no Quiosque da Dora, no Mirante do Carvalho, e ainda tem um licor de rosas maravilhoso. Quem ainda não conhece os sabores da cidade alagoana, tem mais um motivo para ir ao sertão, nos dias 13 e 14, quando ocorrerá o 1º Festival de Gastronomia Quilombola.
No cardápio do Festival vai ter: arroz caldoso de mocotó, xerém de milho com buchadinha de carneiro, creme de batata doce com guisado de galinha de capoeira e linguiça, farofa de banana com moqueca de tambaqui, e torresmo de tambaqui. As receitas serão preparadas pelas mulheres da comunidade quilombola com a consultoria da chef Ivanilda Luz.
A propósito, a chef Ivanilda está feliz com o desafio, afinal, as mulheres dos quilombos aprenderam a fazer novas receitas com os ingredientes do próprio quintal de casa, como banana, maxixe, batata… “Elas já cozinham bem, apenas aprimoramos os talentos com tudo que elas já usam na cozinha”, disse a chef.
Segundo o gerente adjunto da Agência de Atendimento Integrada do Sebrae em Delmiro Gouveia, Vitor Pereira, o festival terá a participação de representantes de seis quilombos reconhecidos oficialmente no município. Ele informou que, inicialmente, o Sebrae elaborou o mapeamento desses quilombos e realizou visitas técnicas a cada um deles, realizando a orientação técnica referente a produção dos pratos e na formação dos preços.
Segundo informações do Sebrae: Água Branca é o município alagoano com o maior número oficialmente de comunidades reconhecidas como quilombolas – Queimadas, Lagoa das Pedras, Barro Preto, Serra das Viúvas, Cal e Povoado Moreira de Baixo –, onde vivem cerca de 320 famílias.
Os quilombos foram regiões ocupadas por negros fugidos dos engenhos e fazenda durante o período de escravização dos povos vindos da África. Estas regiões serviram como lugares de refúgio e resistência ao sistema escravagista.
O Festival de Gastronomia Quilombola é realizado pelo Sebrae Alagoas, em parceria com a Prefeitura de Água Branca, por meio da Secretaria Municipal de Juventude, Cultura, Turismo e Desportos.
Mais sobre Água Branca
Caminhar pelo centro histórico de Água Branca é muito além de apreciar sua arquitetura colonial, nesta cidade sertaneja, Delmiro Gouveia foi o primeiro turista. O empreendedor cearense ficou hospedado na residência do Coronel Ulisses Luna, e trouxe o desenvolvimento para o Sertão. Já o temido Lampião, no ano de 1922, assaltou o sobrado da Baronesa de Água Branca levando o patrimônio pessoal da nobre sertaneja. A residência do Barão de Alagoas continua elegante e atualmente pertence à prefeitura, que irá transformar espaço cultural.
O centro histórico é pequeno e o povo diz brincando que “´é apenas uma rua”, mas repleta de beleza da arquitetura colonial nos casarios. A primeira lindeza, a capela Nossa Senhora do Rosário, é do ano de 1770. Na outra ponta da rua, fica a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída pelo Barão de Água Branca, no século XVIII. Todo o altar tem decoração barroca.
Água Branca do inverno ao verão reúne história, beleza arquitetônica e comidinhas sertaneja pra cabra nenhum botar defeito.
Quiosque Tia Dora: Mirante do Calvário/ Funciona De Quinta a domingo das 8h até 19h/ Telefone: (82) 99993- 5518/ 99651-0519
Engenho São Lourenço (@engenhosaolourenco): Tv. Lourenço Bezerra de Melo, s/n – Chácara São Lourenço, Água Branca/ Telefone: 82 99902-9468/ Funciona Sábado e domingo das 11h às 17h/ Terça a sexta: 11h às 16h/ Fechado as segundas.
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2 comentários
Luiz Antônio Luna
2 anos Atrás
Este texto é uma mistura de gastronomia, história e gente. Gastronomia tão bem descrita que dá vontade de comer. História que nos convida a conhecer.
Gente tão bem falada que parece que o leitor conhece.
Me deleito nesse blog.
Nide Lins
2 anos Atrás
AUTORObrigada