Muquém é uma comunidade quilombola em União dos Palmares , famosa pela ceramista dona Irinéia, com sua obra O beijo e as Cabeças. Mas agora o destino do quilombo tem novas histórias saborosas para gente deleitar-se, como o café da manhã, bem nordestino, com tapioca, cuscuz de massa puba, macaxeira, inhame, banana da terra, ovos caipiras, charque, mungunzá… Tudo que é plantado na terra da comunidade chega à mesa condimentado nas tradições. Gostou? Eu amei e, claro, você vai se apaixonar. E digo mais: já têm agências de viagens prontas para levar você no turismo gastronômico e cultural pela nossa Alagoas, que é além do mar e do sol.
Viajar pelos sabores e história de União dos Palmares (@visiteosquilombosal) é além da comunidade de Muquém. Tem as comidinhas do Baobá, da Mãe Neide, o Museu Maria Mariá e o Memorial Zumbi dos Palmares. Fiz o roteiro, a convite do Sebrae Alagoas (@sebraealagoas) e da prefeitura da cidade (@pref.uniaodospalmares), para incrementar o turismo na Instância da região turística dos Quilombos, então vamos viajar comigo? E digo mais, em União tem a melhor rosquinha do mundo da Panificação Wanessa – @panificacaowanessa3 (e pode trazer um pacote de presente para mim).
Café da roça – Cuscuz de massa puba com charque acebolado e ovos de capoeira. Hummm, é bom demais! Assim começou o dia na comunidade quilombola, em União dos Palmares, com sabores das tradições. E como a gente come com os olhos, até fiquei tonta só de vê a mesa farta e colorida, não sabia por onde começar, mas iniciei os trabalhos com o mungunzá quentinho, pé-de-moleque, macaxeira e ovos… E haja comida. O melhor dessa história: a maioria dos ingredientes vêm da terra dos quilombos, como a macaxeira, a banana da terra, a batata doce… Tudo fresquinho e mais saboroso.
Para saborear o café: basta agendar (no mínimo, com dois dias de antecedência) para grupos a partir de 15 pessoas, com Dorinha Cavalcante (@quilombolasadapomuquem5), da Associação Ádapo (Aliança no idioma africano), pelo telefone: 82 82 99407-9599. É muita felicidade!
Para entender: Comunidade Muquém é certificada como Quilombola pela Fundação dos Palmares, cerca de 800 pessoas vivem da agricultura familiar e do artesanato de barro.
Aroma do dendê – Nas panelas de barro do restaurante Baobá tem moqueca de ovo, amalá, galinhada, malungos, acarajé, caruru, vatapá, mulungu, entre outras receitas temperadas com história dos africanos que chegaram no Brasil como escravos. Segundo a chef da casa, Mãe Neide, muitas receitas nascidas dos restos de comidas dos brancos, como o feijão quilombola preparado com grãos pretos, brancos e misturados com pés bovino e suíno, costela, bacon, linguiça, ervas verdes… Para celebrar tem o xequeté (com ou sem álcool), bebida preparada com suco de maracujá, mel, canela e gengibre (bem presente no paladar).
Maria Neide Martins, conhecida como Mãe Neide Oyá D’Oxum, nasceu no município de Arapiraca. Formada em gastronomia, desde menina aprendeu a cozinhar, em especial com a sua avó, quituteira de mão cheia na cidade do Agreste. Patrimônio Vivo Cultural do Estado, fundadora da ONG Centro de Formação e Inclusão Social Inaê, mãe Neide é muito axé!
Artesanato – Panela de barro é o artesanato utilitário mais tradicional da comunidade Muquém. Uma das ceramistas mais famosas é dona Irinéia. As cabeças de barro estão espalhadas pelo mundo afora, do museu à galeria de arte, bem como o beijo, outra obra de arte da alagoana. Mas também tem outras artesãs, como a Preta e a Das Dores, que fazem as cuscuzeiras, e a Madalena, as bonecas afro de panos.
Zumbi – Subir a Serra da Barriga é o encontro com muito axé. Lá o Parque Memorial Quilombo dos Palmares reconstitui o cenário de uma das mais importantes histórias de resistência à escravidão ocorridas no mundo: a história do Quilombo dos Palmares – o maior, mais duradouro e mais organizado refúgio de negros escravizados das Américas. Nele, reinou Zumbi dos Palmares, o herói negro assassinado em 20 de novembro de 1695, data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra. Lá tem o pôr- do- sol mais bonito do mundo, o horizonte da liberdade.
Museu Casa Maria Mariá – Conta a trajetória da alagoana que revolucionou o seu tempo, professora, historiadora, jornalista e folclorista Maria Mariá de Castro Sarmento, Maria Mariá (16 de junho de 1917 – 28 de fevereiro de 1993), foi uma das primeiras mulheres a abraçar o feminismo em Alagoas. Destacou-se na defesa das liberdades femininas (foi primeira mulher a usar calças compridas e maiôs), na busca de uma educação moderna (aboliu, nas suas aulas, a “palmatória” e as pedrinhas que os alunos tinham de mostrar à professora à hora de ir ao banheiro) e se posicionou publicamente contra o descaso público com a educação.
O museu contêm móveis, utensílios, artesanato, artigos jornalísticos e fotografias colecionados e catalogados por Maria Mariá. Eu já sou feminista, depois da visita ao museu, saí certa de que Maria continua sendo nossa inspiração contra o preconceito e a violência contra as mulheres, e lembrei da música de Milton Nascimento:
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria mistura a dor e a alegria…
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3 comentários
Ana Rogato
9 meses Atrás
Eu fico só me deliciando como se tivesse nessa viagem junto contigo; a forma que você relata esse roteiro me deixou com vontade de quero mais; provar essas delícias e as que não provei ainda ; e deixei de comprar as rosquinhas , vou ter que voltar por lá!
Arthur Lins
9 meses Atrás
Nide, fiz esse tour com minha esposa e família no mês de Julho, foi um final de semana arretado! Eu já conhecia a cidade, mas não os pontos turísticos, que surpresa boa. Fiquei no Quilombo Parque Hotel, uma experiência incrível, o hotel é muito bom, chalés com agradáveis e com uma vista linda e com muita natureza e um bom banho de bica. Vale a pena tirar um final de semana e conhecer um pouco mais das belezas e cultura do nosso estado.
Marta
9 meses Atrás
Oi.
Adorei a matéria.
Queremos fazer este passeo/visita, qdo formas a Alagoas, novamente.
Obgda pelas dicas.
Valeu.