Publiquei, em 2009, uma matéria sobre Maria José, carinhosamente conhecida como dona Mocinha, quando ela ainda estava viva. A reproduzo, agora, para lembrar de todas mães que são verdadeiras chefs formadas nos fogões do lar. Ela fazia maravilhas. De doces caseiros a comida regional. Coube ao seu filho, Cleonisson Alves (Cléo), economista e produtor cultural, continuar o legado da mãe.
Recentemente, Cléo doou a receita de bacalhau no feijão com coco. Mas antes da receita de mãe, conheça um pouco da história de dona Mocinha.
Mãe de oito filhos, dona Mocinha nunca entrou numa maternidade. Teve todos em casa, de parto natural, com a ajuda de uma parteira. Dos oito, sete estão vivos e ela os criou com o apoio do marido. Nunca teve babá, apenas uma lavadeira para roupas pesadas, e só aprendeu a cozinhar depois de casada.
Sem a indústria de comida congelada, dona Mocinha foi alimentada pela mãe com os bolinhos de feijão, arroz, farinha e carne. “Com oito filhos era difícil ter tempo de fazer os bolinhos, mas colocava a comida no prato e eles comiam”, contou Mocinha, que era especialista nas comidas de frutos do mar, e que não dispensava uma boa farinha de mercado.
Com dona Mocinha, Cléo aprendeu os mandamentos da boa gastronomia: manteiga é essencial nas receitas, nunca usar margarina; pimenta do reino para temperar; cominho em pequenas quantidades, e só para carnes; nos frutos do mar, limão, sal e pimenta.
Veja a receita escrita à mão pela dona Mocinha:
Receita Bacalhau no feijão de coco
Limpe o bacalhau (1kg)
Ponha numa vasilha para escaldar quantas vezes for preciso para tirar o sal
Cozinhe o feijão (1/2kg). Coloque coentro, pimentão, pimenta do reino, colorau, vinagre, leite de coco e cebolinha. Deixe engrossar. Machuque um pouco de feijão e adicione o bacalhau para cozinhar.
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5 comentários
Valéria Guimarães
7 anos Atrás
Linda homenagem a saudosa Dona Mocinha (minha sogra) e de suas comidas deliciosas.Aprendi a gostar de Bredo quando experimentei o que eka fazia pra semana santa.
Paulo Vallerio
7 anos Atrás
Posso dizer que apaixonadamente seduzido,abduzido,sequestrado pelos sabores,aromas e muito carinho que recebi dela e de todos. Ser genro dela também foi um presente que ela me deu.Saudades Cariocas.
cleoneide Alves da silva
7 anos Atrás
Até hoje sinto saudades de sua comida. Ninguém conseguiu chegar ao seu tempero especial.
emilia
7 anos Atrás
Onde fica ?
Nide Lins
7 anos Atrás
AUTORBoa Noite, Emilia, na postagem não tem endereço, apenas receita, porque é uma homenagem a dona Moçinha que nunca teve restaurante, e cozinha maravilhosamente para família.