Nas panelas de barro do restaurante Baobá, agora também na Ponta Verde, tem acarajé, moqueca de ovo, amalá, galinhada, malungos, entre outras receitas temperadas com história dos africanos que chegaram no Brasil como escravos. Segundo a chef da casa, Mãe Neide, muitas receitas nascidas dos restos de comidas dos brancos, como o feijão quilombola preparado com grãos pretos, brancos e misturados com pés bovino e suíno, costela, bacon, linguiça, ervas verdes…
Feijão Quilombola só precisa de farinha para ser feliz. Mas a minha dica é ir lá mais de um dia para provar dos quitutes do bufê da mãe Neide, com suas receitas cheias de axé.
No bufê (por quilo) o destaque é para a comida quilombola, claro, tem outras receitas, para quem deseja saborear uma saladas, carnes, peixes, tortas… Agora é imperdível o xequeté (com ou sem álcool). A bebida é preparada com suco de maracujá, mel, canela e o gengibre (bem presente no paladar).
No jantar do Baobá tem sopa, inhame, macaxeira, pães de amendoim, inhame, carnes… Prove a sopa de mocotó (não é gordurosa) na companhia dos pães caseiros é dez.
Amo:
Tradição: Os minis acarajés com camarão seco, vatapá e caruru dão boas vindas ao Baobá. A iguaria culinária afro-brasileira é comida de Iansã – orixá dos bons fluidos e das energias positivas.
Galinhada – A ave de capoeira tem a carne mais escura que o frango de granja, e é muito mais saborosa. Na panela da Mãe Neide, a galinha é cozinhada com alfavaca, pimenta de cheiro, manjericão, cebola roxa e outras ervas. É de comer agradecendo aos orixás pela maravilha.
Malungos – É um prato festivo com amendoim cozido com linguiça, bacon, charque e carne de sol. Segundo Mãe Neide, os negros escravos do Brasil faziam esse prato para comemorar a liberdade de um deles, por exemplo. Sua base é o amendoim, que representa fertilidade.
Amalá – Na receita, carne do peito de boi cozida com quiabo, azeite dendê, camarão seco e gengibre. Detalhe, não leva sal. Segundo mãe Neide, os escravos usavam pó de camarão seco e ela segue a tradição: é pó de camarão seco, fabricação da casa, que dá sabor divino.
Moqueca de ovos – A receita leva gengibre ralado, pó de camarão seco, cebola batida, pimentões, leite de coco, dendê e, por último, ovos inteiros. É perfeito.
Trajetória – Maria Neide Martins, conhecida como Mãe Neide Oyá D’Oxum, nasceu no município de Arapiraca. Formada em gastronomia, desde menina aprendeu a cozinhar, em especial com a sua vó, quituteira de mão cheia na cidade do Agreste.
Patrimônio Vivo Cultural do Estado, fundadora da ONG Centro de Formação e Inclusão Social Inaê, mãe Neide abriu o primeiro restaurante em União dos Palmares, na subida à Serra da Barriga (abre para grupos acima de 10), e nas quartas-feiras recebe turista e também é aberto ao público.
Restaurante Baoba (árvore da vida), da Mãe Neide, é cozinha simples, temperada nas tradições do pó do camarão seco e do dendê e com muito axé e histórias.
Rota Baobá
Preço por quilo: Almoço: 59,90/Jantar: R$ 54,90/ Xequeté R$ 10,90 (sem álcool) R$ 15,90 (sem álcool)/ sopa: R$ 10,00/ Aceita-se cartões
Funciona todos os dias das 11h até 16h/ Jantar das 17h30 até 22h
Av. José Cabral Acioli, n° 51, Ponta Verde (na esquina com Inei/COC)
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3 comentários
ADRIANA ALVES
5 anos Atrás
Lindos e saborosos pratos, uma delícia saborear essas iguarias africanas, adoro refeições em panelas de barro, lugar maravilhoso !
Parabéns a toda equipe !
Eisenhower
4 anos Atrás
No instagram informa que não abre às segundas.