A primeira vez que eu comi quibe e esfiha, foi no Rio de Janeiro. Na época eu era estudante de jornalismo, com dinheiro contadinho, mas na cidade maravilhosa em cada esquina que tinha restaurante, comida do Oriente Médio, e com preços convidativos, eram uns botecos árabes danados de bom. Lembranças que vieram à tona com Misk – Cozinha Libanesa de Tradição (@misk.gastronomia), do paulista Gustavo Letaif Gaeta e da alagoana Tina Purcell. O casal de gastrônomos aproveitou a pandemia para virarem empreendedores, e apostaram na culinária libanesa. Amei tudo, em especial a esfiha. Para minha grata surpresa, a massa elástica, fina, nem parecia que tinha fermento, carne com leve gostinho de canela e apenas umas gotinhas de limão para felicidade.
Gustavo e Tina venceram a crise da pandemia com a culinária do oriente médio. Em março, celebraram um ano do Misk – Cozinha Libanesa de Tradição que funciona apenas com delivery. Da embalagem ao sabor, tudo no capricho. Então vamos às dicas.
“Quando iniciou o isolamento social, tivemos mais tempo para nos dedicarmos ao Misk e avisarmos aos amigos. Assim, a divulgação iniciou com o boca a boca e os pedidos foram aparecendo. O Misk não é restaurante, a equipe está resumida, apenas eu e ele, o que justifica atender apenas por encomenda. A produção sempre é diária, mantendo assim o frescor e a qualidade das preparações’, conta Tina.
O segredo da esfiha leve é a fermentação correta da massa. “ Trabalhamos com fermentação longa, isso faz com que a massa seja mais leve e saborosa”, ressalta Gustavo.
Pão Pita – É bom, com destaque para coalhada com pouca acidez e regada ao azeite. Pasta de homus (grão de bico) – A melhor que eu já comi em Maceió. Charutinho com folha de uva com arroz e carne, leve e saboroso.
O que é comida libanesa? Segundo a professora de gastronomia Tina Purcel, nos países árabes há muitas semelhanças na culinária entre Líbano, Síria, Turquia, Israel, Arábia Saudita, Irã, Iraque e até outros países do mediterrâneo como Grécia, Egito, Líbia e Tunísia. “Apesar de muitas diferenças de costumes e religião, podemos dizer que a marca da cozinha árabe é trabalhar com produtos frescos”, diz a mestra.
Na culinária do Oriente Médio, temperos como: alho e cebola, salsinha, cebolinha e hortelã, especiarias como o zaatar, cardamomo, noz-moscada, canela tem assento cativo.
História – Tina Purcell, além de chef e professora de gastronomia, também é jornalista, mas ela tomou o rumo das panelas e investiu na carreira acadêmica. Já o seu bem-amado, Gustavo, seguiu a culinária do oriente, é de berço, parte da família dele é libanesa. Assim, o paulista se criou no aroma da noz moscada, pimenta síria (com notas de canela), hortelã, entre outros ingredientes.
“A culinária libanesa é a memória da família. Minha avó chegou ao Brasil aos quatro anos de idade, fugindo de uma guerra em 1926. Cresci com o melhor da cozinha dela. Minha mãe e muitas tias sendo excelentes cozinheiras, todo final de ano elas se juntavam e faziam um verdadeiro banquete. E isso é nosso: fartura e hospitalidade”, ressalta Gustavo.
Quando começou a cozinhar profissionalmente, Gustavo passou uma temporada no Restaurante Arábia, em São Paulo, onde aprendeu sobre funcionamento gerencial e onde, também, aperfeiçoou-se sobre a produção da gastronomia libanesa.
Rota Misk – Cozinha Libanesa de Tradição (@misk.gastronomia)
Preço: esfiha (aberta) – R$ 4,00/ (fechada) – R$ 6,00/ Kibe – R$7,00/ Pão sírio (4 unidades) – R$ 6,00/Aceita-se cartões, dinheiro ou transferência bancária.
Telefone: 82 99919-2232
Entregas – partir da quarta-feira até domingo. Pedidos com 24h de antecedência
As entregas são feitas a partir das 18h.
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1 comentário
Thaísa
3 anos Atrás
Já encomendei o kibe assado e o pão árabe com as pastinhas.
Tudo divino.
Eles são super atenciosos e a comida chegou fresquinha.
Já quero provar as outras coisas do cardápio!