Em frente à faculdade Seune, no bairro do Farol, o acarajé do seu Carlos, há 17 anos, faz o maior sucesso com a diversidade dos seus recheios. Além do tradicional, de camarão, tem o de charque e de frango. A novidade, agora, é o camarão no molho branco. Tudo começou com o pedido dos clientes que têm alergia ao crustáceo, e, assim, o fez. E, dependente do sabor, o valor é único, R$ 10,00, o preço da felicidade cheia de axé. Carlos Alves também conta com o auxilio luxuoso da esposa Josete, que, quando larga do trabalho, vai ajudar no atendimento aos inúmeros fãs. Ele faz e ela finaliza a tradição.
“Um cliente pediu camarão com abobora, testei, mas não gostei, e aí resolvi fazer no molho branco, e o povo gostou”, contou Carlos. O camarão no molho, além do tomate, também leva purê de macaxeira, tendo aprovação de 100% dos clientes.
O alagoano Carlos Alves acorda às 5h30 com destino à Feirinha do Tabuleiro. Lá ele compra camarões, tomates, cebolas, macaxeira, pimenta e alho para preparar o seu famoso e bem encorpado molho. A iguaria é o recheio do acarajé que vende no bairro do Farol. Carlos não era cozinheiro. Ele exercia a profissão de mecânico, mas um acidente mudou sua vida. Coube ao amigo José Antônio ensinar a tradição baiana, adaptada para a versão alagoana: sem bobó, sem vatapá e nem camarão seco.
O recheio é o camarão sem cabeça e sem calda, no molho de tomate, e com macaxeira tipo purê. Não tem a acidez do molho do tomate caseiro. E para quem tem alergia ao camarão. Já o de charque é guisado com tomate, cebola e tomate. A massa do acarajé é crocante por fora e macia por dentro. É de comer rezando! Quando pergunto o segredo, Carlos responde: amor. E bote amor nisso! Eu comeria sem recheio.
Seu carrinho é todo arrumado e ele também tem um pouco de professor Pardal. Explico: quando o acarajé está pronto, ele coloca os bolinhos na escudeira de cuscuz e, com auxílio de um cabo de aço, levanta para o azeite dendê escorrer, diminuindo a gordura. Outra invenção do alagoano é usar as maçanetas de portas nas tampas das panelas, o que deixa o trabalho mais ágil e fácil. Para o designer Rodrigo Ambrosio, que me apresentou Carlos, o alagoano é “Design Vernacular”, expressão usada para descrever uma forma não-acadêmica de design.
Rota: Acarajé do Carlos
Preço: R$ 10,00/ Aceita-se cartões e pix
De frente a faculdade do Seune
De segunda á sexta, das 15h ás 20h (as vezes acaba mais cedo)
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1 comentário
Otávio Custódio
5 meses Atrás
Top demais!!