Dia 9 de agosto, São Pedro estava zangado e providenciou um mundo de chuva; e, cá com meus botões, pensei: “novamente não vou conhecer a Trilha do Visgueiro”. Tenho certeza que o Santo ouviu meu lamento e deu uma trégua. E assim saímos para fazer a caminhada na área rural de Maragogi, na qual se resguarda uma árvore, um Visgueiro, com mais de 500 anos – garantem os especialistas.
Contudo, São Pedro interrompeu a trégua e fizemos a caminhada debaixo d´água. Mas nosso guarda chuva foi a própria mata atlântica, bem fechada ainda naquele perímetro. Mas como toda trilha, essa com duração de quatro horas, vale mesmo o sabor de aventura, especialmente em dias de chuva, com o solo escorregadiço.
O ponto de partida na trilha é no assentamento Água Fria, com suas típicas casinhas de interior. A grata surpresa são as mulheres da comunidade que traçam a fibra da bananeira no artesanato de filé. Mas antes de conhecer estas mulheres de fibra, vamos a trilha.
Nosso guia é da própria comunidade, Neto, com 22 anos e conhece o roteiro na palma da mão. Lá vamos nós pelos sítios, entre as plantações de macaxeira. A trilha tem pouco grau de dificuldade, apenas no começo uma subida, mas nada que enfarte. Quatro pessoas compõem o grupo.
No chão, as folhas secas são nosso tapete natural. O guia aponta para várias espécies de arvores, e explica “que agora começaram ser catalogadas”. Nos chama a atenção uma trepadeira que nasce na parte mais alta de uma árvore e vai descendo até sufocar a própria hospedeira. Lei da Natureza…
São apresentadas também espécies replantadas, como o “pau-falho”, que estava em extinção e um curioso arbusto, alto, de espinhos, típico do lugar. De alguns troncos cortados exalam ótimas fragrâncias naturais. Pelo chão brotam diferentes cogumelos, em especial um de tons avermelhados.
As formigas, e os cupins, com suas gigantes casas formam montanhas no meio da mata. A presença do bicho gente afugenta os outros animais, mas, segundo Neto, o local está cheio de tatus, cotias, tejos (ou teiús), quatis e pássaros de todos os tipos.
Uma caminhada e tanto. Mas, finalmente, chegamos até o Visgueiro com mais de 22 metros de altura, e com seus ditos 500 anos de vida. Suas raízes são uma fortaleza. Um lugar sagrado para fotografar com calma.
Depois de apreciar árvore centenária, mais um pouco peregrinação até uma fonte de agua mineral, fria e doce. Em dias de sol o banho de bica é inevitável.
No final do percurso as plantações de abacaxi dão mais charme. O melhor de tudo, temos coco para bebericar água doce e fresquinha.
Enfim, ótima trilha. Minha única sugestão é para comunidade preparar uma galinha guisada, comida típica de sitio, aí nossa Trilha do Visgueiro ganha sabor reforçado. De lá saímos direto para comer a peixada do Maragaço (primeiro post da série Maragogi).
Neto nos diz que a diversão da meninada é se pendurar no cipó e voar como o Tarzan dos velhos filmes. Claro, eu não me aventurei, mas João Lamenha não pensou duas vezes, e fez um leve voo, numa divertida brincadeira de criança.
Rota Trilha do Visgueiro
Uma das 23 Rotas Oficiais da Copa do Mundo de 2014, numa iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e o Sebrae, com foco na promoção e comercialização de produtos, serviços e destinos da agricultura familiar .
Preço: R$ 30,00 por pessoa
O que levar – frutas, barras de cereais e água. Máquina fotográfica e bom humor.
Telefone:(82) 3296-2010 / 9113-8299, ou na própria sede da Coopeagro, na AL-101 Norte, em Maragogi
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3 comentários
Dayane
10 anos Atrás
Ótima Trilha, tive a oportunidade de conhecer, o contato com a natureza nos traz ensinamentos extraordinário, pois é um livro que mostra um conteúdo valioso em cada folha!!!
ana
5 anos Atrás
Quisera dazer a Trilha. E possivel na terza feira?. Favor de enviar a informacoes.
Obrigada
Ana
Nide Lins
5 anos Atrás
AUTORAna, grata pela leitura, é preciso ligar com o povo da trilha e agendar