Caruaru, além do forró

Neste ano de 2016, os alagoanos viajaram em “bloco” para Caruaru, agreste pernambucano, tudo em nome de viver a alegria dos festejos juninos. Mas a cidade vai além do “forrobodó”. Passou as festas é hora de lembrar da canção de Luiz Gonzaga: “Na feira de Caruaru tem…/ Bunecos de Vitalino/ Que são cunhecidos inté no Sul/De tudo que há no mundo/ Tem na Feira de Caruaru…” Sendo assim, vamos às compras.

A convite da Masterop Operadora viajei à Caruaru para participar da Noite Alagoana, evento dirigido aos agentes de viagens do agreste pernambucano para conhecer as belezas e o réveillon do Estado.

Mas, chegando em Caruaru, a grata surpresa é o novo empreendimento da  Rede Citi Hotéis que, por sinal, nas festas juninas é o preferido dos alagoanos para se aconchegar. E quem também viaja para a cidade de Toritama (pólo de vestuário) pode escolher a Rede Citi Hoteis que oferece praticidade, conforto e um ótimo café da manhã. A tarifa para casal é a partir de R$ 140,00 com a primeira refeição do dia.

O mais novo hotel da rede, o Premium, é muito bom. Logo na recepção você se encanta com um belo painel com as xilogravuras do mestre J. Borges (artista da cidade de Bezerros), que caracteriza o espaço com a identidade cultural pernambucana. Os apartamentos são aconchegantes e no Premium tem spa e piscina aquecida, já que as noite de Caruaru são frias.

O café da manhã é um regional bem legítimo do Nordeste, com direito a carne guisada para acompanhar o inhame ou o cuscuz. Na foto, detalhe de alguns itens do café da manhã.

Já bem acomodado no hotel, vamos às dicas de Caruaru:

Bode grelhado – Bar da Perua é um dos mais tradicionais em Caruru. Tem duas unidades, conheci a nova. Apesar da tradição da perua guisada com pirão, apreciei o bode grelhado de carne macia e a cartola com queijo manteiga. Preço do carneiro, a partir de R$ 50,00.

Bode guisado – Em Caruaru descobri que o povo da cidade inteira tem encontro marcado no supermercado UniCompra. Lá tem restaurante com cardápio convidativo, com massas e japonês, mas apreciei o buffet de comida regional. O bode guisado é muito bom e a diversidade de sabores é show. E com direito ao cafezinho com tareco (biscoito). Almoço: R$ 39,90/ jantar – R$29,00 (por quilo).

Sítio – No distrito de Murici, há 16 km do centro da cidade, o sítio Shekinah, da família de Carmen Lucia Coutinho, é lugar perfeito para casar e se hospedar, com sua casa de campo no alto da colina. De lá se vê a cidade iluminada e, quando dia começa, a névoa dá o ar da graça. Se dia é frio à noite a temperatura fica mais agradável e o vinho é perfeito para aquecer. Carmen e sua filha Eliza, além de cuidar no paraíso, também são chefs, e na noite alagoana elas prepararam sururu, camarão e siri na manteiga. Tudo divino. Para eventos e hospedagem, basta ligar para  Eliza – 81 99922-0635

Carne de sol – Uma dica preciosa da Ana Carolina Feitosa (Masterop Operadora) é a carne de sol do Paulo, na cidade de Agrestina, parada obrigatória. A casa tem mais de 20 anos e a mais saborosa é a de filé, bem como a linguiça de porco e de carneiro. Detalhe: a carne de filé de sol só sai sob encomenda. Telefone (81) 99789. 4422.

Mais Caruaru

Italiano– Logo na primeira página do restaurante La Vera, está informado, para quem deseja saborear as massas, pizzas, pães… “Não servimos ketchup nem maionese”. Aprovei a medida, pois esses molhos matam qualquer pizza ou massa. O restaurante italiano, com apenas dois anos de existência, é o melhor italiano da região. Inicie a expedição pelos pães caseiros com sal grosso e bom vinho. As bruschettas são feitas com pão especial e têm variados recheios, desde o tradicional de tomate (simples, mas o melhor) seguido pelos sabores de ragu (carne moída), toscana (linguiça e queijo).Av Jangadeiro Juvencio 196 -Caruaru -Telefone: 81 3721-7329 (Não aceita cartão)

Casa museu – A casa do Mestre Vitalino é o museu mais famoso do lugar, expondo o acervo do artesão e músico que conquistou o mundo com as esculturas de barro. Seu filho Severino Pereira dos Santos, sempre presente na instituição, mantém viva a tradição pai e também é escultor de mão cheia. Rua Mestre Vitalino, s/n | Alto do Moura | Telefone: (81) 3721.1257/ Visitação: Segunda a Sábado, das 8h às 12h e das 14h às 17h – Domingo das 9h as 13h.

Mestres –  No alto do Moura tem o roteiro dos mestres, os artistas populares com seus ateliers bem identificados, pra nenhum turista se perder nem se confundir. O mais fascinante é o Memorial do Galdino (falecido), com suas esculturas nas quais misturam-se o humano e o animal. Seu filho Joel continua no batente, multiplicando o legado.

Destaco também as miniaturas esculpidas pela ceramista Marliete, filha do famoso Mestre Zé Caboclo, um dos primeiros bonequeiros a exercer o ofício no Alto do Moura. Ela trabalha, com a família, reproduzindo cenas cotidianas e vende suas peças para colecionadores do Brasil e do mundo.

Mão de vaca – Depois das compras vamos à comilança, primeiro nos botecos da feira. Sob a coordenação de Carmen Coutinho conhecemos a  Barraca da Sandra. Lá provamos mão de vaca (super leve) com muita cartilagem, seguida do saparatel (bem miudinho) e a feijoada (o melhor prato da casa). Simples e bom.

Noite alagoana

No caminho de Murici (AL)

Arte na estrada – Como sou fã do artesanato produzido em Alagoas, a segunda parada foi na pista de Murici, no atelier a céu aberto de seu Bidu. Bonecos, máscaras e vasos de barro. Infelizmente não encontrei o artesão para entrevistá-lo e nem conseguimos o telefone. Mas é fácil de achar o atelier que fica na Rodovia BR-104.

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